domingo, 18 de setembro de 2011

        . Uma vida bagunçada é um bom mutivu para uma cachaça. Já que sô caçula, num dispensu um cafuné de taum capenga que sô, futucanu os meu cabelinhu, chegu à cuchilá di pé num dengu que só... eu mermu.  Mas quandu sintu chêru do bolu di fubá, mim adoidu todu e vô fungá lá... nu fugão do brancu. Queru um quituti do brancu, cunversu cum ele, e, ele num mim dá. Mas dêxa de lengalenga, dissi o adevogadu, Pega tua muchila, ô melhor, o mulambu e vai-te embora daqui. Despois muntei uma quitanda, pensei em vendé quituti, mas cumi os acarajé, os abará, a punheta toda. Fiquei cuntenti e fui sambá. Andei zangadu puraí. Todu o mundu pudia ser filiz, menus eu. Xingava tudu quantu era genti. Arretadu subia e discia de sunga, ô mió, de tanga, né! A mulé que nem odara era, quandu via, cum as mão nas cadeira gritava, Unhum, neguinhu tribufú que só, vú! Lá ele!  Mas despois dum xodó, ela tá até cum eu e o Deus. Cum o corpu todu... sambeanu...sua xoxota é minha. E o Toba? Aí já num sei, camará!  (Muxoxos)

Jádison Coelho
- eu mesmo!

4 comentários:

  1. Esse eu conheço. Muito bom, mas fica ainda melhor com a explicação do Léxico.

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  2. Olá Jádison, um grande abraço. É sempre salutar poder visitar, sempre que posso e tenho oportunidade, os blogs que tem algo a nos dizer, que pode acrescentar alguma coisa para nós. É o caso desse blog. Sempre que posso e tenho oportunidade, aqui estou. Tudo de bom para você, sempre.

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  3. Esse texto é um serviço a cultura afrobahiana. E vc sabe que eu não sou dado a movimentos negros e talz. Mas fez eu me sentir mais AFRO Brasileiro, sinceramente.

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  4. Faz tempo que não visito aqui.
    Gosto dessa coisa 'fora dos padrões' que é a sua escrita.
    A fala do negro, do pobre, da periferia me fascina. Gosto mesmo!
    O texto ficou ótimo. Direto e reto como é a vida do eu lírico. Fala o que pensa, escreve como fala!
    Abraços!

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