domingo, 18 de setembro de 2011

        . Uma vida bagunçada é um bom mutivu para uma cachaça. Já que sô caçula, num dispensu um cafuné de taum capenga que sô, futucanu os meu cabelinhu, chegu à cuchilá di pé num dengu que só... eu mermu.  Mas quandu sintu chêru do bolu di fubá, mim adoidu todu e vô fungá lá... nu fugão do brancu. Queru um quituti do brancu, cunversu cum ele, e, ele num mim dá. Mas dêxa de lengalenga, dissi o adevogadu, Pega tua muchila, ô melhor, o mulambu e vai-te embora daqui. Despois muntei uma quitanda, pensei em vendé quituti, mas cumi os acarajé, os abará, a punheta toda. Fiquei cuntenti e fui sambá. Andei zangadu puraí. Todu o mundu pudia ser filiz, menus eu. Xingava tudu quantu era genti. Arretadu subia e discia de sunga, ô mió, de tanga, né! A mulé que nem odara era, quandu via, cum as mão nas cadeira gritava, Unhum, neguinhu tribufú que só, vú! Lá ele!  Mas despois dum xodó, ela tá até cum eu e o Deus. Cum o corpu todu... sambeanu...sua xoxota é minha. E o Toba? Aí já num sei, camará!  (Muxoxos)

Jádison Coelho
- eu mesmo!

sábado, 23 de julho de 2011

Ela, péla, sempre ela. Sempre ela com a sua sandália enfeitada, caminhando pela estrada com seu requebrar de ciganinha faceira. Sabia tudo, seu moço. E sabia! Vinha com um caneco na mão tilintando os vinténs, as pulseiras, os brincos d'ouro, migalhas da vida. Vinha quase pairando com uma rosa no cabelo. Fungava o meu rastro.Rodopiava. Girava. Gargalhava para acordar os seus. Me olhou. Me averiguou. Escapou sorriso pelo canto dos lábios vermelhos daquela moça com cabelo cumprido, tão cumprido quanto a sua sabedoria. Adentrou na minh'alma pelos olhos. Balançou a cabeça. Mirou minha vida. Escondida na voz ritimada, murmurou no meu rosto. Vai, seu moçu, sai daí desse mundinhu. Bataia ...seu moçu, que vai vê virá lua numa ciranda de sangue. Ela, sempre ela, se mandou terra abaixo, no tilintar do sino da capelinha, ia no meio do nada . Um nada. Que nada! Com as mãos nas cadeiras, andava de costas, ria da minha cara como uma mulher vivida. Meia noite, noite meia. A lua ainda não se arredava. Ela saía como uma perdida fugindo da vida. Balançava as saias do seu vestido atiçado. Seu caneco com moedas de prata ritimavam os seus passos corriqueiros. E lá em cima, no alto duma sombra. Ela, péla, sempre ela, se foi ela a me dizer. Sou Daia, me chamam de Dainha. Rosaia eu sô, foge desse lugá, vem cum eu, seu moçu, abre a portêra da cela, má vô girá...E, como um eccoecco, desapareceu a Daia. Me chamam de Daia, Dainha, dia ponga danga didaia, dança, canga sangra giponga! Rosaia.
(Gargalhou uma rosa)

Jádison Coelho

domingo, 5 de junho de 2011

Inconstante Tempo (navegar é preciso)

 Aos meus amigos marcianos,
que possuem uma ferramenta de comunicação muito mais avançada.
        

     
     Cada geração acompanha o seu tempo. Não é costume juvenil escrever uma carta. Uma carta requer tempo, tempo para escrever e para o envio dela. Com a freqüência das necessidades capitalistas, a sociedade passa a andar simultaneamente ao tempo, logo, a internet se torna grande aliada social. Digitou, recortou, colou, enviou. Taí o email. Taí o escarcéu de informação e subitamente o Tempo, repetidamente, tempo.
     Para o século XXI é muito mais coerente se expressar numa rede que mais parece uma teia de aranha, ou melhor, um emaranhado de opiniões, de links muitas vezes fragmentados. Esta rede é uma representação da mente humana, na qual têm que ser organizadas e selecionadas as informações conforme as necessidades do "computador pensante".
     Postar, esta é a palavra da minha Era, que tenta driblar o tempo comercial. Em outra Era, o maior drible estava relacionado ao valor econômico da folha de papel e da tinta, por isso que, em muitos arquivos da antiguidade, as palavras eram abreviadas, mas, hoje, por conta do relógio coercitivo a abreviação ou, melhor dizendo, o Internetês é feito em alguns emails, blogs, orkuts, sites de relacionamento e em outros meios de comunicação.
     Do âmbito das cartas à leitura do texto digital, pouca coisa mudou, mas a mudança é significativa. A distância entre o articulador e o receptor continua imperando, porém os vídeos "mortos" ou ao vivos vão reparando a ausência do outro em curto espaço de tempo, mas em longa malha textual cada vez mais livre.
      Existe um sistema, a adequação ou não a ele é o que contribui para os hábitos em sociedade, é claro, que esses hábitos são mutáveis e a mutação se dá com a coerência das exigências da humanidade. Navegar, hoje, é mais prático. Isso é o óbvio na teia textual do inconstante Tempo.
                                                
                                                                                                                          Jádison Coelho


É...eu disse:
Navegar, hoje, é mais prático.



quinta-feira, 26 de maio de 2011

Numa bolseta, o mundo.

       No abrir do zíper, um passear num mundo de utilidades. Um mundo encaixado numa bolseta. Como? Será possível? Mais que possível! As mulheres conseguem guardar tudo dentro de suas bolsetas, e não há aquele homem que se sinta de “mãos nas costas” perto de uma mulher que traz consigo uma arma cheia de utilidades para salvar o incompleto mundo. Essas utilidades são precisas em qualquer lugar. Precisas? Sim. Uma geladeira é precisa, um colchão também, principalmente o arsenal de maquiagem, a fábrica de papéis e canetas, a certidão de nascimento, remédios e, claro, não poderia esquecer os cartões de crédito, que são verdadeiros confidentes do humor feminino. Mas o hilário é que tudo isso se comporta dentro de um mundo mais que possível, o da bolseta feminina.
-AAAAiiiii -um escarcéu de exclamações- minha unha quebrou amiga, cê tem uma lixa?
-Tenho, péra um pouco. Vou procurar na minha mini bag vermelha com metais dourados zíper vertical de caimento moderno da Victor Hugo no valor de mil quinhentos e noventa e cinco e trinta e sete centavos. (Ufa!!!) -revirando a bolseta tira vários objetos- meus três celulares, minha maquiagem, o sacana do meu marido.
-É a foto dele?
-Não, é ele mesmo, quer emprestado para ir a uma festa? Tome!- e continua - uma conta do analista pá pagar, a advertência da escola do meu filho, meu filho...
(três horas depois)
-Uma torta, geladeira, fogão, sofá, televisão, livros, computador...
(três, dois, um minuto depois)
Uma lixa. Achei!!!
(pausa dramática)



-Nossa Senhora da bolsa amiga que lhe dê em dobro. Você salvou o meu dia. Não poderia ir pú trabalho com essa unha quebrada.

        Mulheres... Tão objetivas e simplistas, tão donas do mundo. Mulheres... Ah mulheres. O que seriam delas sem uma bolseta.

                                                                            Jádison Coelho

terça-feira, 24 de maio de 2011

BANANA

Jádison Coelho


Minha terra tem bananeiras,
mas o macaco não mora lá
As rolinhas daqui pimbam assim, pimbam daqui, pimbam acolá
Quem não furta fode,
fodere banana daqui, fodere bananas acolá.

Minha Terra tem Brasília,
banana é o que mais dá.
Banana da terra, d’água, assada, apimentada feito comida de sabiá.
Banana em bananada
é banana pro povo de lá.

Yes, we have banana,
Pois tem banana no meio do caminho,
no meio do caminho tem cachos de banana.
Banana no meio do caminho é bananada,
ÊÊÊtaaa bananaAL !!!

Não gostou?
Tome banana
polêmica e discussão,
já sei que da banana não abres mão.

Mão, pela fome, pelo braço dobrado,
pela audácia em régua sem compasso
Né banana que queres?

Então descasca essa